31/08/2010

Ensino Superior para quê? São as Ordens que decidem tudo.???

 Anda uma pessoa a estudar durante 3 anos (senão não chumbar ano nenhum claro), ter que passar com aproveitamento 30 cadeiras (cerca de 10 disciplinas por ano) para obter o grau académico de licenciatura numa área.  Para depois ficar a mercê de uma Ordem. Isto é, em certos casos se quisermos exercer a profissão pela qual obtivemos o grau académico, ficamos a mercê de um exame efectuado pela Ordem que regula a  profissão.
 É a Ordem (por ex:  a OTOC - Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas) que através do exame decide se a pessoa está apta ou não para exercer a profissão. Então e os 3 anos de estudo no Ensino Superior servem para que? Estudar e passar a 30 disciplinas para quê? De que serve tirar uma Licenciatura desta natureza então?
 Fico sem saber se é mais importante o Ministério do Ensino Superior ou se as designadas Ordens.
 Se o Ministério do Ensino Superior autoriza e reconhece os cursos dados nos Institutos e nas Faculdades (indício de que os planos dos cursos e seus conteúdos programáticos são reconhecidos), porque vem a OTOC dizer que não pode exercer a profissão, mesmo apôs concluir um plano de estudos reconhecido pelo Governo através do Ministério do Ensino Superior.
 As ordens, na minha modesta opinião, deviam meramente de existir para organizar e gerir as pessoas que se dedicam á profissão para a qual estudaram e que para a qual obtiveram grau académico para tal. A Ordem não deviam de impedir alguém, que segundo o Ministério do Ensino Superior, já está habilitado para exercer a profissão, pois está habilitado de grau académico para tal. Concordo sim, com a obrigatoriedade de estágio na área (mesmo que licenciado), para quem não tenha experiência profissional, mas não concordo com o exame que a Ordem obriga a fazer.
 O mesmo se passa com outras Ordens, nalguns casos até bem mais grave, como é por exemplo a Ordem dos Engenheiros que não reconhece grande parte das licenciaturas de engenharia tiradas nos Institutos Politécnicos.
 Neste caso, das duas uma, ou o Ministério anula o reconhecimento atribuído a esses cursos ou então a ordem que os reconheça também como engenheiros. Manter a situação actual, demonstra desgoverno total. O Estado em vez de investir na Educação, anda é mais uma vez a gastar dinheiro.
Pois são "N" os licenciados que estão nestas condições. Não se podendo apresentar como alternativa ao mercado de trabalho para o qual estudaram.


Conclusão:
 O Estado gasta a educar, para depois virem as Ordem dizer que os cursos académicos de nada servem.
 Licenciados no desemprego por estarem impedidos de exercer a profissão para a qual estudaram. Com casa e carro para pagar, contribuindo desnecessariamente para o crédito mal parado.Pois não podem trabalhar por conta própria, já que a ordem não os reconhece, logo não podem assinar e responsabilizar-se pelo trabalho.
 Outros num balcão de um pastelaria ou de uma sapataria, visto que o seu esforço de estudo é reconhecido pelo Ministério do Ensino Superior, (entidade máxima do Estado neste campo) mas que não é reconhecido pela Ordem.
 Esta alteração, de um licenciado poder exercer a sua profissão sem ir a exame, estimularia a economia, lutaria contra a desemprego,  diminuiria o crédito mal parado, provocaria igualdade entre os licenciados da mesma área e alteraria a maneira como se olha para os valores gastos na educação. Sim neste momento são gastos, não investimentos.

Licenciatura de que serve então ??? A Ordem é que manda.